Quando eu finalizei o primeiro rascunho de A Escolhida do Destino, eu queria que essa história alcançasse números que todas as outras não puderam. Então, ser publicada por uma editora, mesmo que uma independente como a Flyve, era como um sonho se realizando.
Do momento da assinatura do contrato até aqui, muita coisa aconteceu…
Eu perdi algo no meio do caminho que sinto uma gigantesca dificuldade de encontrar novamente. Não sei exatamente o que é, só sei que isso fez eu sentir que nada estava bom o bastante. Começou a rolar uma cobrança interna exagerada, de ser melhor do que o lançamento anterior, chegar ao nível de fulano, ciclano e beltrano. Nesse processo, eu esqueci que a minha realidade não é a mesma de grande parte das pessoas nas bookredes.
Meu trabalho formal se tornou cada vez mais desgastante, a demanda da carga horária também. Ficou difícil para eu manter o foco e produzir conteúdo como eu fazia até 2022 (mesmo conteúdo de lançamento), depois de passar quase 12 horas em frente ao computador produzindo conteúdo para outras pessoas.
Sem conseguir me comprometer com o que eu deveria fazer pelo meu livro, o sentimento de fracasso e desânimo aumentaram.
De setembro pra cá, mil e uma coisas aconteceram (financeiramente, com a minha saúde entre outras coisas). Em meados de março, eu joguei a toalha e decidi interromper minha carreira de escritora. Não dava mais. Eu não queria mais. Eu não tinha mais o tesão de antes para continuar.
Mas como disse Caio Fernando Abreu: escrevo para não me matar. Não que eu considere isso mesmo. Fato é que eu achava que não conseguia mais escrever, e ao desistir de viver de arte, eu me senti morrendo lentamente.
Aí um dia minha psicóloga disse que talvez eu devesse tentar escrever alguma coisa, por menor que fosse. Eu tinha obras que me causavam mais dor ainda em escrever e a criatividade para novos enredos estava escassa. Sobrou OEDM, e eu me lembrei que Sam e Erick convivem comigo desde meus treze anos. Então, decidi voltar a escrever.
Depois de finalizado, eu ainda sentia que faltava algo. E não demorou muito pra eu perceber que eu sentia falta da empolgaçãozinha de um lançamento. Produzir um ensaio temático, pensar nos posts até o lançamento, separar quotes (mesmo que tudo isso ainda me desgaste devido ao meu trabalho formal). No meio do ano eu soube que eu PRECISAVA lançar um livro. A única obra completa e que eu não teria muito gasto era OEDM.
É aqui que eu queria chegar, já que o título desse post é uma pergunta: Por que não vai ter físico de OEDM?
A capa desse livro está pronta desde 2023. A capa do e-book. Para alguns serviços editoriais, eu fiz algumas parcerias, então o gasto para essa publicação está zerado pra mim hoje. Se eu fosse lançar um físico eu teria que arcar com um valor muito maior (adaptação de capa, brindes e outros custos pedidos pela Flyve, do mesmo jeito que foi com A Escolhida Destino). No momento, esse é um valor que eu não tenho de onde tirar. E, vamos ser sinceros? A escrita não me dá retorno financeiro, apenas prazer pessoal porque a arte é o que me move. Então, hoje, não é viável que eu assuma um gasto que eu não vou ter retorno, se eu considerar que eu sequer consigo pagar esse gasto rs
“Ah, Thays, mas pra ter retorno tem que se divulgar". Sim. E se eu for deixar minha carreira nas mãos do meu tempo pra produzir conteúdo, então é mais fácil eu largar de mão. Ser anti-sistema é, também, fazer o que dá dentro das possibilidades. Não vou me desgastar mais do que o necessário pra fazer a engrenagem do capitalismo girar.
O lançamento de OEDM apenas em e-book foi decidido por uma necessidade minha de dar continuidade ao meu trabalho, de me manter fazendo algo que eu amo. E, também, entregar para minhes leitories o encerramento da jornada de Samantha e Erick (que eu devo desde 2019, quando publiquei lá no Wattpad).
Quem sabe, num futuro próximo, eu consiga trazer o físico pra vocês? Mas nesse momento, a única coisa que me move é a necessidade de jogar essa história no mundo. Tá tudo bem recuar alguns passos. Não estou me sentindo um fracasso por não poder dar o mesmo tratamento à OEDM que eu dei para Escolhida do Destino. Muito pelo contrário.
Visto meu último ano, hoje, eu me sinto um vencedor só por ter chegado até aqui.
Olá, fico feliz que tenha postado novamente kk, eu escrevo também mas só como um hobbie, eu imagino o quanto deve ser difícil viver dessa arte, mas que bom que você imprimiu sua história no mundo mesmo sem recursos o suficiente, é preciso coragem e muita força, mas é isso mesmo que você falou, arte nos move, eu não seria nada sem meu violão ou poder escrever alguma música, mas sei que é desgastante, não se sinta mal pois o que você faz da mais cor para esse mundo cinza kk,